quinta-feira, 1 de outubro de 2009

“A diferença existe e precisa ser respeitada”, diz educadora

A inclusão social de surdos no Brasil se deu a partir de 1990. Em instituições de ensino no país os surdos são amparados pela lei nº 9394/96, que garante profissionais qualificados ou capacitados para trabalhar com pessoas que apresentam problemas auditivos, estes são denominados intérpretes. No campus da Unoesc, em São Miguel do Oeste, a instituição procura colaborar com a inclusão social dos surdos da região, atualmente estudam no campus três acadêmicos que apresentam surdes total ou parcial.

Kátia Caron, graduada e pós-graduada em Educação Especial e LIBRAS (Linguagem Brasileira dos Sinais), trabalha como intérprete há nove anos. Atuando apor mais de seis anos na Unoesc, Kátia diz que, de maneira alguma o intérprete substitui o professor, e que o profissional apenas faz a tradução da linguagem oral para a linguagem dos sinais, através da LIBRAS, “o aprendizado se dá por meio dos sinais, quem faz essa mediação é o intérprete” ressalta.

De acordo com Kátia, cerca de 62 mil surdos estão matriculados em escolas do país e apenas 1% frequenta o ensino superior. Dentro desta porcentagem nacional está Anderson Pelissari, acadêmico do 4º período de Educação Física que apresenta surdes parcial, apesar de fazer leitura labial, Anderson se relaciona melhor através da linguagem dos sinais. Comuniquei-me com Anderson por intermédio de Kátia. O jovem diz que sempre sonhou em fazer Educação Física e pretende depois de formado, dar aulas de futsal para crianças.

Anderson relata ainda que apesar de ter poucos amigos no curso, se relaciona bem com todos. Perguntei a ela quais eram os principais obstáculos no âmbito acadêmico, ele respondeu gesticulando que alguns professores falam muito rápido, o que dificulta a tradução dos intérpretes e surpreendeu ou responder que além disso, o barulho o incomoda muito, ele usa aparelho para surdes, segundo ele as pessoas falam muito e ao mesmo tempo, o que dificulta a concentração.

No dia 26 de setembro comemorou-se o ‘Dia do Surdo’, nesta data, foram organizadas ações nacionais em prol da cultura surda, em busca de seus direitos.

Por Fernando Dias

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