domingo, 23 de maio de 2010

“Quem pode garantir que não foi um de vocês?”

por Rafael Hoff

Quarto fechado e trancado no Hotel Real Palace, em Porto Alegre. As meninas que dividiam o aposento saíram juntas em visita aos veículos de comunicação da capital gaúcha. Na volta, a surpresa: o dinheiro deixado na cômoda ao lado da cama, dentro da carteira, havia sumido. Eram trezentos reais pelo menos.

A protagonista dessa lesão reclamou junto ao atendente, que prometia para a manhã da sexta-feira, dia do checkout, uma resposta oficial do hotel. Com intervenção do professor coordenador da viagem, o gerente do hotel quis colocar em xeque a credibilidade da excursão e a idoneidade de seus integrantes. A máxima surpreendeu: “quem pode garantir que não foi um de vocês?” O dilema foi resolvido com a devolução do dinheiro à estudante proporcional ao desconto dado nas estadias. Mesmo diante do abatimento, a avaliação do grupo é de que a experiência saiu cara. Chamou a atenção que a relutância do gerente do hotel ao ressarcimento do dinheiro sumido foi menor do que o esperado... A professora que por lá transitou já tinha questionado a segurança do estabelecimento e a resposta do mesmo gerente foi de que era “muito seguro”.

Pentelhos espalhados pelo chão, lençóis manchados com sangue, toalhas furadas, mofo no canto do quarto, chão encardido, copos no frigobar com uma “capa” de substância não identificada em seu interior e várias outras constatações levaram ao diagnóstico: o hotel era de péssima qualidade. A necessidade de permanecermos por lá duas noites foi aterrorizante para alguns, interessante para outros. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

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