domingo, 23 de maio de 2010

A difícil arte do convívio em grupo

Durante uma viagem de sete dias, 700km só de ida, 20 pessoas confinadas aos limites do ônibus, o cenário está armado para que detalhes de personalidade e caráter se mostrem com maior nitidez. E esse é um exercício, na ótica do professor que organizou a viagem, de aprendizado para além dos conceitos e teorias, mas que muito tem a contribuir com o futuro profissional destes acadêmicos.
A primeira parte do conflito foi protagonizada pela música e conversa, ainda na viagem de ida para Porto Alegre, onde o grupo do fundo não quis dormir antes das 6h e o grupo da frente acordou as 7h30. Interesses e comportamentos a parte, o desrespeito e o exercício de reconhecimento dos limites foi a tônica desse momento.
A segunda parte foi na percepção e respeito por horários. A maior parte do grupo aguardando dois ou quatro estudantes retardatários que insistiam em caminhar a passos lentos entre os lugares visitados e o embarque. Qual é o limite da tolerância? Cinco? Dez mintos? Meia hora? A tolerância e o reconhecimento dos limites continuava em alta.
Frases emitidas por reflexo. Evidências culturais de traços homofóbicos, racistas e outras formas de discriminação também forma manifestados durante a visita, nem sempre de forma velada ou indireta. O constrangimento apareceu para alguns, enquanto outros genuinamente não fizeram questão de avaliar as próprias condutas. A perspectiva cosmopolita de diversidade e liberdade passou batido por algumas cabeças e alguns corações. A diversidade precisa lidar também com essa perspectiva... Vale então a máxima da música: “tudo é uma questão de manter... a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo”.
Cheiro forte. Ruim. Revoltante. Janelas abertas as pressas para deixar sair o odor horrendo que provinha das tripas de um acadêmico. Entre mortos e feridos, novamente, salvaram-se todos. Porém, a experiência vivida em Guarapuava e novamente na ida à Novo Hamburga ensina: tem gente que precisa de lavagem intestinal antes de embarcar.
Mesmo diante dos desafios, o grupo se saiu muito bem. Algumas aproximações foram oportunizadas e as “panelinhas” tornaram-se menos fechadas, mais propícias à troca. Estereótipos também foram quebrados.
Registro da frase mais repetida durante o evento: “o Abba peidou”!

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